quinta-feira, 5 de março de 2009



Deriva

Sigo na nau dos sonhos destruídos,
na qual tudo é cansaço e inverdade;
sustem-me o mar da vil comodidade,
nina-me o som de um coro de esquecidos...

Há uns tantos poetas sem vontade
cujas musas fugiram aos seus sentidos,
uns profetas de há muito enceguecidos,
Da Vincis castrados em tenra idade

que comigo atravessam, aquietados,
este mar torpe de medíocre espuma
junto a centenas de outros derrotados...

Mortos os sonhos na insensata bruma,
vagamos, tristes e acomodados,
nesta nau que não irá a parte alguma!

Robertson Frizero Barros
in Locutório

Nenhum comentário:

Postar um comentário